quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Verdades

Eu acredito que existam verdades escondidas por ai, que estão na nossa cara mas ninguém fala sobre elas e algumas pessoas até fingem que elas não existem, mas nos acompanham pela vida toda.
O fato é que nem toda pessoa que sofre gosta de falar sobre seus sentimentos e suas verdades, algumas passam a vida toda se mascarando e dizendo que está tudo bem.
Existe um sentimento que não tem nome, um sentimento que nos impede de sermos felizes, impede as pessoas que já sofreram ou sofrem de aceitar que podem ser felizes.
Talvez um pouco da culpa seja daquelas pessoas que duvidaram da gente, que nos fizeram no fundo acreditar que não somos capazes mesmo mas a maior parte da culpa é de nós mesmos, por não deixar a felicidade entrar na nossa vida.
Eu tive uma infância problemática, era solitária e não tinha amigos ao invés disso eu conversava com os imaginários e pensava que eu era uma princesa e esse mundo não era o meu, eu fazia uma espécie de dissociação porque pra mim era a única forma que eu poderia aguentar o mundo aqui fora.
Meu pais brigavam sempre e eu com cinco anos já sabia o porquê. E quando cresci eu dizia que não era culpa deles serem assim porque eu não queria admitir a culpa deles sobre a minha personalidade.
Na minha adolescência conheci caras legais mas sempre gostei das caras errados, eu não sabia o porquê mas hoje eu sei.
Sempre tive a tendência a desistir das coisas, não ir até o fim, em relacionamentos não foi diferente, na maioria dos casos eu desisti e muitas vezes bastou uma briga só.
Eu sempre me senti insegura, seja na vida profissional ou pessoal, sempre achei que estava bom como estava que coisa melhor eu não iria conseguir e que ‘’um pássaro na mão é melhor que dois voando’’ isso me rendeu muitas vezes um emprego mais ou menos e uma vida meio morna.
Quando me convidaram para ser modelo fotográfico a única coisa que consegui pensar era que aquilo era uma piada. Quando um fotografo quis tirar fotos minhas tudo que eu pensava é que ele estava perdendo o tempo dele. Quando meu namorado fala todos os dias que sou linda eu simplesmente não consigo achar que é sério. E eu nem sei o porquê sou assim.
Eu vejo pessoas que assim como eu deixam escapar oportunidades na vida porque não se acham capazes suficientes, essas pessoas não arriscam, não se movem, são árvores.
Essas pessoas preferem passar a vida toda na dúvida do que ir atrás de algo e muitas vezes dizer isso para elas não vai melhorar a situação.
O medo é uma força muito grande e algo que todos nós temos só que alguns seguem em frente e outros não, alguns admitem sua existência e outros negam e recuam quando aparece a mudança.
A minha teoria para que eu seja assim e outras pessoas também, é que a gente se acostuma com muita coisa, as vezes com coisas boas e outras vezes com situações ruins. Eu me acostumei com situações ruins então para mim é como se fosse a minha dissociação acontecendo quando vivo algo bom. Eu não acredito quando a felicidade chega e diz que está tudo bem. Eu acho que não tenho o direito de abraça-la porque algo ruim vai acontecer porque na minha cabeça sempre acontece então não me permito muita coisa nem mesmo falar sobre isso e me encontro escrevendo em um blog.
Existem milhares de pessoas que assim como eu acham que não merecem nada na vida só porque não estão acostumados com isso, que sentem que precisam se desculpar toda hora só pelo simples fato de existir, eu vivo com isso há muito tempo e não sei a fórmula secreta para que isso termine eu só tento.
Tento acreditar quando meu namorado me elogia e agradeço.
Tento dizer pra mim mesma que sou linda e aceito os convites.
Tento não pedir desculpas toda hora porque isso é chato.
Tento tomar chá com a felicidade e oferecer até um pedaço de bolo.

Tento viver.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Hope - Resenha


A resenha de hoje é de um filme que já faz um tempinho que assisti e que não é para qualquer um.
Eu digo isso pois dificilmente choro em filmes e nesse da metade em diante foi tudo que fiz.
Sou viciada em um bom filme de drama e volto e meia vejo um, a julgar pela capa você não acredita a dose emocional que vem com o filme, digo isso pois na capa vemos apenas uma família muito feliz mas quando você lê a sinopse você se pergunta se terá estomago e até mesmo um coração forte para assisti-lo de fato
A história de uma maneira literal trata-se de uma menina de 8 anos que é covardemente estuprada e tem que passar sua vida lidando com a dor e os traumas assim como sua família também.
Im So-Won é uma menina de 8 anos com uma grande maturidade, ela é uma menina de personalidade forte e seus pais são muito distantes um do outro tanto que sua mãe nem contou ao seu pai que estava grávida.
Em um dia chuvoso a menina se atrasa para ir ao colégio, então, desobedecendo as ordens de sua mãe, pega um atalho e assim encontra um homem que lhe pede o guarda chuva emprestado e então tudo acontece.
Ainda bem que o filme não mostra o que aconteceu, eu acho não aguentaria ver a cena, mas mostra o estado que a menina ficou e isso já é bem terrível de se ver.
Ao mesmo tempo se você imagina a dor que a menina sente você acaba sentindo a incapacidade dos pais perante a situação inimaginável que está acontecendo e é impossível não se colocar no lugar da mãe e pensar o que faria no lugar dela.
A menina ficou com sequelas irreversíveis em seu corpo e como era de se esperar, em sua mente. Os pais que de início não aceitam a terapia não conseguem aceitar a situação (quem aliás?) e por fim acabam aceitando ajuda.
A menina sofreu tanto que não queria que o pai se aproximasse dela e nesse sentido o filme deu o arrebate em meu coração, mostrando a criatividade do pai para ficar perto de Im.
Na parte de achar o culpado e aplicar a pena o filme foi bem realístico na minha opinião, mostrando como o bandido é sujo e como a justiça pode ser injusta, senti muita raiva no julgamento dele e desejei ter tido a ideia de mata-lo também se fosse o pai.
Mas no fim tudo que temos é a visão da força de Im e como ela foi muito maior que tudo isso.

Recomendo muito esse filme mas veja bem, você precisa ter coração forte para assisti-lo.